Entidades
solicitaram intervenção da presidente Dilma nas negociações a fim de evitar o
fracasso da Rio+20.
A Confederação Sindical
Internacional (CSI) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT Brasil)
solicitaram nesta segunda (17) a intervenção urgente da presidente Dilma
Rousseff nas negociações da Rio+20. Para as lideranças sindicais das duas
entidades, o atual documento reduziu ainda mais as expectativas quanto aos
rumos do desenvolvimento sustentável, o que pode representar o fracasso da
cúpula.
Duas metas foram
apontadas pelos sindicalistas como indispensáveis para que a Rio+20 signifique
um avanço: uma iniciativa de proteção social universal e a promoção do trabalho
decente para todos. Estas demandas estão intimamente relacionadas à erradicação
da pobreza, tema que o próprio governo brasileiro destacou como prioritário nas
deliberações das Metas do Desenvolvimento Sustentável.
"A erradicação da
pobreza passa por reconhecer o direito humano à seguridade social. Estes
preceitos estão contidos na Convenção 102 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) sobre seguridade social e na recente Recomendação 202 da mesma
OIT sobre pisos nacionais de proteção social. Chegou a hora de
implementá-los", disse Sharan Burrow, Secretária Geral da CSI.
"Devemos sair do Rio com compromissos claros de proteção social para todos
até 2030 com a alocação dos recursos necessários para isso".
Escrito por: CUT/CSI
Dados sindicais
demonstram que quase 60% dos trabalhadores do mundo não têm um contrato de
trabalho seguro e outros 75% não dispõem de proteção social. Somado a isso, uma
recente sondagem conduzida pela CSI em 13 nações, mostrou que 7 em cada 10
pessoas acreditam que a legislação trabalhista de seu país não protege a
estabilidade de emprego.
O presidente da CUT,
Artur Henrique, corrobora as afirmações de Sharan e acrescenta: “é fundamental
e necessário estabelecer como pilar do documento final da Rio+20 a equidade e a
justiça social”.
Para Artur, a
construção de um novo mundo é essencial para preservação da humanidade. Neste
sentido, afirma o dirigente, “o documento final da Conferência da ONU tem de
ter compromissos e metas concretas de construção de um novo modelo de
desenvolvimento, de fato, sustentável”.
As organizações
sindicais defenderam a adoção na Rio+20 de uma estratégia que persiga o
objetivo de trabalho decente para todos, com linhas especificas para erradicar
o trabalho precário, diminuir o desemprego e promover a proporção de empregos
verdes e decentes, assim como a equidade de gênero.
A construção deste novo
modelo, diz o presidente da CUT, pressupõe transição justa. “Para isso”, afirma, “é necessário um
sistema de proteção social universal e a garantia de trabalho decente, que
pressupõe liberdade de organização e direito de negociação, igualdade entre
homens e mulheres, saúde e segurança no trabalho e o combate ao trabalho
escravo e infantil”.
"Estamos falando
sobre um longo processo de transformação no mundo do trabalho. Defendemos a
idéia de que não há emprego em um planeta morto, portanto, se queremos manter
nossos trabalhos, eles terão que tornar-se sustentáveis", disse Sharan
Burrow.
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