A violência em suas variadas formas, cada vez mais se constitui na organização social, notadamente nos grandes centros urbanos, como uma grande preocupação e desafio para toda a sociedade e para a Igreja. No Brasil a realidade não é diferente. Em recente estudo do Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública y Justicia Penal do México, 14 cidades brasileiras, entre elas Maceió e Vitória, foram indicadas entre as 50 mais violentas do mundo em 2011.
A violência nos centros urbanos brasileiros apresenta a juventude como grande parcela da população que vivencia situações de violências, especialmente a letal e o extermínio. Diariamente jovens são ceifados em todos os territórios do país. Em sua maioria, jovens negros e pobres.
Tamanha violência é tratada, sobretudo nos meios de comunicação, como algo natural e pertencente à juventude. Ora, a mortalidade juvenil está inserida numa sociedade do consumo e do lucro que contribui para a manutenção das injustiças sociais. Somada a esse complexo problema determinante, há ainda a falta dos direitos básicos à juventude e de políticas de enfrentamento que consigam reverter a realidade atual, tais como: o acesso a uma educação de qualidade; oportunidades de trabalho decente, transporte público assegurado como condição para o exercício de outros direitos (educação, cultura, lazer); políticas de prevenção à criminalidade; e a garantia das ações de reinserção sócio- afetiva de jovens.
Considerando a violência, especialmente a juvenil na qual vivenciamos, como urgente preocupação e o nosso desejo pela vida e vida em plenitude, a todos(as), é essencial trazer para os debates públicos e nas diferentes esferas da sociedade, a perversa realidade de morte dada para a juventude. Nosso eco profético deve ter como horizonte a presença de dignidade pra todos(as) jovens: a juventude não quer sobrar e morrer, a JUVENTUDE QUER VIVER!
Paula Grassi
Diocese de Caxias do Sul e coordenadora Nacional da PJ pela CNBB Sul 3
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