Movimentos preparam nova jornada de lutas entre 28 de agosto a 7 de setembro para defender a plataforma da juventude brasileira
As mobilizações da juventude em junho representam
uma mudança na conjuntura política no Brasil e abrem uma janela histórica para
a realização das reformas estruturais necessárias para garantir a soberania
nacional e os direitos da classe trabalhadora, promovendo o desenvolvimento
econômico com justiça social, livre do racismo, machismo e homofobia.
Construímos no começo deste ano uma articulação
ampla para fazer um diagnóstico coletivo da conjuntura, promover lutas sociais
para pressionar os governos e enfrentar os inimigos do povo brasileiro.
Participam diversas entidades que organizam a juventude em movimentos
sociais e sindicatos de trabalhadores da cidade e do campo, entidades
estudantis, feministas, juventudes partidárias, religiosas, LGBT, coletivos de
cultura e das periferias.
O nosso manifesto de lançamento, apresentado em
fevereiro de 2013, proclamava a unidade da juventude para “avançar nas mudanças
e conquistar mais direitos para juventude”. Logo depois, fizemos uma jornada de
lutas em todo o país em março/abril, com a plataforma que construímos de forma
conjunta.
Já havia naquele momento a expectativa de que os
jovens sairiam às ruas para cobrar dos governos mais investimentos em educação,
melhores condições de vida, mudanças no sistema político e respeito aos
direitos. As manifestações de massa que aconteceram por todo o país, que tiveram
como estopim a luta contra o aumento das passagens do transporte público,
mostrou a disposição dos jovens irem às ruas exigir mudanças.
A juventude nas ruas com demandas progressistas,
que implicam necessariamente o fortalecimento da classe trabalhadora, da
soberania nacional e do Estado brasileiro, cria um quadro político favorável
para avançar no processo de transformação do país. Nesse quadro, temos o
compromisso de consolidar a unidade política, enraizando a nossa articulação
nas nossas bases, intensificar o processo de luta, tendo como plataforma o
nosso manifesto, e contribuir com o processo de mobilização.
Não queremos retrocessos, mas lutaremos para o
país avançar. A partir de 2003, obtivemos avanços por meio da luta, em um
período de crescimento econômico, com políticas sociais e distribuição de
renda, porém dentro de um quadro de governo de composição de forças da
burguesia e da classe trabalhadora, que tem dado sinais de esgotamento e mantém
bloqueadas as reformas estruturais.
A juventude quer fazer política. Queremos casar a
energia dos jovens nas ruas com o histórico de organização da classe
trabalhadora. O momento é de enfrentar os inimigos do povo brasileiro, fazer
pressão sobre os governos e aprofundar as mudanças.
Não queremos medidas paliativas. Precisamos de um
novo modelo econômico que rompa com a herança neoliberal, assegure os direitos
dos trabalhadores, retome as empresas públicas privatizadas e imponha limites
para o capital financeiro.
Não bastam os discursos dos governantes. É
necessário ações concretas que apontem no sentido das reformas estruturais e
politizem a sociedade brasileira, tendo como motor as demandas da juventude e
as lutas sociais.
Não aceitamos o discurso da “governabilidade”. O
Congresso Nacional tem uma ampla maioria conservadora que, no contexto de um
governo de coalizão, impede as reformas estruturais. O melhor exemplo é o recuo
imposto à presidenta Dilma Rousseff depois do lançamento da proposta de
realização de um plebiscito para a realização de uma Assembleia Constituinte
Exclusiva para a Reforma Política, mesmo sob o calor dos protestos nas ruas.
É necessário arrebentar as amarras que impedem as
transformações sociais. Os governos precisam dar um sinal claro à juventude,
aos sindicatos e aos movimentos sociais de que governarão com a sociedade
mobilizada em luta para fazer as mudanças.
Estamos em luta por uma Reforma Política para
viabilizar as grandes mudanças e enfrentar o problema da corrupção, que tem
raiz na relação do Poder Público com o capital privado, cristalizada no
financiamento privado de campanhas eleitorais. Precisamos democratizar o
sistema político, garantindo a participação permanente da sociedade nas grandes
decisões e ampliando a presença dos jovens, trabalhadores, camponeses,
estudantes, negros, mulheres e homossexuais.
Estamos em luta pela democratização dos meios de
comunicação, que criminalizam os protestos e legitimam a violência policial.
Lutamos por mais investimentos na educação pública, com a garantia de 10% do
PIB. Lutamos pela vida da juventude que é cotidianamente alvo da violência,
especialmente nas periferias das grandes cidades, defendendo a desmilitarização
da PM e uma profunda reforma no sistema de segurança pública.
Ficaremos mobilizados durante todo o mês de
agosto em diversas atividades. Concentraremos esforços em uma nova jornada de
lutas para defender a nossa plataforma entre 28 de agosto a 7 de setembro.
Faremos uma manifestação em defesa do investimento em educação pública no dia
28 de agosto. Vamos fazer protestos na frente das sedes da Rede Globo em todo o
país em defesa da democratização dos meios de comunicação na última semana de
agosto. Fortaleceremos a mobilização do Gritos dos Excluídos, organizado pelas
pastorais e por movimentos populares, na semana do 7 de setembro. Vamos à luta,
juventude, fazer as reformas estruturais para transformar o Brasil!
São Paulo, 3 de agosto de 2013
JORNADA DA JUVENTUDE BRASILEIRA*
ANPG; APEOESP; Central dos Movimentos Populares
(CMP); Central Única dos Trabalhadores (CUT); CNTE; Coletivo Nacional de
Juventude Negra – Enegrecer; Coletivo Quilombo; Coletivo Paratodos; Coletivo
Sinal Livre; CTB; CUT SP; Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia
(ENEBIO); Fora do Eixo; Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL); Juventude do
PT (JPT); Juventude Revolução; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das
Mulheres (MMM); Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST); Movimento dos
Atingidos por Barragens (MAB); Movimento Camponês Popular (MCP); Movimento dos
Pequenos Agricultores (MPA); Pastoral da Juventude (PJ); Pastoral da Juventude
Estudantil (PJE); Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP); Pastoral da
Juventude Rural (PJR); Rede Ecumênica da Juventude (Reju); Sindicato dos
Bancários de SP; União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES); União
Estadual dos Estudantes do RJ (UEE RJ); União Estadual dos Estudantes de SP
(UEE SP); União da Juventude Socialista (UJS); União Nacional dos Estudantes
(UNE); União Paranaense dos Estudantes (UEP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário