quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Educação para quê? Educação para quem?

Não importa se são representantes do governo, dos empresários ou dos trabalhadores, todos dizem que educação é fundamental. Mas as visões que esses atores sociais possuem sobre educação são bem diferentes. A sociedade como um todo reclama da educação, mas pouco se mobiliza pela melhoria desta. Já passamos da metade de outubro e o Plano Nacional de Educação ainda não foi votado, embora o ministro Fernando Haddad tenha feito a defesa da aprovação do PNE até o final do ano. A Revista Veja divulgou que o plano só deverá ser aprovado em 2012, também publicou que o Brasil não precisa gastar mais com educação.
A quem interessa não haver mais investimentos em educação pública? Recentemente, um representante do Instituto Unibanco afirmou que é preciso investir na educação para a juventude: qualificar mão-de-obra, fazer cursos profissionalizantes e inserir os jovens no mercado de trabalho. O vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul compartilha da mesma opinião. Os empresários concordam: é preciso investir no ensino médio profissionalizante. O ensino superior público não carece de investimento. Afinal, segundo eles, boa parte dos jovens nem mesmo sabem se vão prestar vestibulares.

Na minha opinião, está claro que a educação que os patrões querem para nós é a educação necessária apenas para “apertar parafusos” ou “encher linguiças”. Não é essa a educação que nós queremos. Queremos educação pública, gratuita, universal e de qualidade em todos os níveis de ensino. Queremos políticas públicas que garantam a permanência dos jovens nas escolas e nas universidades. Não é justo que os filhos da classe trabalhadora estejam se endividando nas faculdades privadas, enquanto os filhos da burguesia ocupam a maior parte das vagas nas universidades públicas.
Melhorar a educação no Brasil exige sim mais investimentos: 10% do PIB e 50% do Fundo Social advindo do pré-sal é o mínimo. É preciso valorizar os profissionais da educação com salários dignos e formação permanente e continuada.
A Juventude da CUT, os profissionais da educação, o movimento estudantil e todos os interessados na transformação social do Brasil devem tomar as ruas e dizer aos governantes e toda a sociedade qual é a educação que nós queremos.

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