terça-feira, 18 de outubro de 2011

Educação, Trabalho Decente e Habitação para Juventude.


No Festival das Juventudes, CUT promove atividade para lançar Campanha encampada pela Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul
Inserção no mercado de trabalho de forma precarizada, falta de políticas voltadas para educação e precarização da habitação. Este são, infelizmente, alguns desafios colocados na agenda dos movimentos sociais de juventude na América Latina.
 É com o objetivo de avançar nestas questões que a CUT promoveu nesta terça-feira (11) durante o Festival das Juventudes de Fortaleza o lançamento da Campanha: Educação, Trabalho Decente e Habitação para Juventude do Comitê de Jovens da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul, entidade na qual a CUT coordena.
Escrito por: William Pedreira
 “A construção desta Campanha vem organizar a luta das entidades, fortalecendo as intervenções dos movimentos na America Latina. A Campanha será feita por meio das redes sociais, espaço onde a CUT concretizou seu pioneirismo no uso político das ferramentas para mobilização sindical”, enfatiza Rosana Sousa, secretária de Juventude da CUT.
 Entre as ações que serão desenvolvidas pela Campanha destaca-se: construção de uma Plataforma Laboral Social das Américas para articular políticas proteção social universal, junto a políticas de trabalho e renda; eliminação de práticas juvenil de emprego, de precarização e substituição de jovens por adultos; fim de todas as discriminações, com igualdade de oportunidade de tratamento; acesso a educação e formação profissional exercício pleno cidadania; juventude presente na sindicalização e nas negociações coletivas em todos os níveis; e luta por reforma urbana, capaz de tornar a sociedade mais inclusiva para a juventude.
 Durante o lançamento, a CUT promoveu uma mesa de debate sobre a conjuntura de atuação sobre os principais eixos da Campanha. O professor Manuel Maldonado, da Central Autônoma de Trabalhadores de Chile, compilhou seu sentimento de indignação pela forma como está sendo tratada a Educação em seu País.
 “O presidente Piñera e o seu ministro da Educação, Felipe Bulnes, estão promovendo uma verdadeira ditadura educacional. Estes indivíduos serão marcados na história como responsáveis pela destruição do ensino no Chile. Precisamos lutar por políticas para melhorar a qualidade de educação reduzindo a deserção educativa e ampliando as oportunidades para jovens”, destaca Maldonado.
 Marcela Gonzalez, da PIT CNT do Uruguai, relatou os desafios para o movimento sindical e para a juventude. Por ser um país pequeno e com grande percentual de velhos, há uma grande dificuldade do jovem inserir-se como agente de destaque na agenda prioritária do governo.
 No Brasil, a juventude representa hoje cerca de 30% do total da população e corresponde a 60% da massa de desempregados. A entrada precoce no mercado de trabalho com o abandono da escola aparece hoje  como um dos principais desafios para os movimentos. Clarissa Cunha, vice-presidente da UNE, repudia esse retórica que condena o jovem aos piores postos de trabalho disponíveis na sociedade.
 Por isso, lembra Clarissa, é papel do governo investir em educação pública, universal e de qualidade que possibilite o jovem retardar a entrada no mercado de trabalho, bandeira  esta que unifica a CUT e a UNE juntamente com outros movimentos.
 Para ela, a juventude vive um momento diferente, sendo chamada a ocupar espaços importantes como, por exemplo, a Conae (Conferência Nacional de Juventude). “Grande desafio que se coloca na agenda dos movimentos no próximo período é a aprovação do Plano Nacional de Educação a serviço do povo, garantindo a inclusão de emendas construídas em unidade de movimentos sociais como os 10% do PIB para educação.”
 Outra preocupação na Campanha é a luta pela habitação popular diretamente ligada a um novo modelo de desenvolvimento social e econômico de combate a precarização de moradia e habitação, fatores que relegam principalmente os jovens as piores formas de precarização habitacional, sem saneamento básico, longe do trabalho, de escolas, de transporte.
 Moradia digna e habitação são direitos garantidos na Constituição e isso deve ser atrelado a reforma urbana, lembra Patricia Rodrigues, da União dos Movimentos de Moradia. Esta premissa deve ser levada como eixo central no debate sobre os mega eventos que acontecerão no Brasil no próximo período e que colocam aos movimentos sociais uma tarefa importante de atuação diante dos arranjos de políticas urbanas que serão feitos. “Já estão ocorrendo despejos, remoções ilegais, uma verdadeira faxina higienista. Esperemos que o governo reaja diante deste cenário. A presidenta Dilma já apresentou o compromisso de divulgar uma portaria para que parte das verbas seja usada para reassentamento de famílias", relata.

 

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