sexta-feira, 20 de maio de 2011

Após publicação de fotos, servidores da saúde fazem operação tartaruga.

Odilon Rios
Do Repórter Alagoas

Após a divulgação de fotos mostrando o caos no maior hospital público do Estado- o Hospital Geral- servidores do Sindicato da Saúde, Trabalho e Previdência (Sindiprev) se reuniram na manhã desta quinta -feira para decidir por uma "operação tartaruga" em todos os postos e hospitais do Estado. 
 
"Ninguém suporta mais. Um dia antes das fotos, o governador [Teotonio Vilela Filho] foi perguntado sobre o aumento salarial dos servidores e soltou uma gargalhada na imprensa. Vivemos o caos na saúde pública", disse o presidente do Sindiprev, Cícero Lourenço.

Na segunda-feira, o Sindiprev se reúne com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal)- que suspendeu as aulas esta semana- e o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol)- que está em greve há três semanas.

"O ponto de pauta é uma greve geral. O maior hospital do Estado está superlotado e o povo fica no chão, os trabalhadores estão sem condições de suportar esta situação", disse Lourenço.

Eles querem a implantação da isonomia salarial- 40,83%- e a criação da carreira aos servidores. Apenas os médicos têm carreira. O salário médio de um servidor da saúde é de pouco mais de R$ 900,00.

Através de nota, a Secretaria Estadual de Saúde disse que as fotos mostradas pelo RA de cadáveres ao lado de doentes em recuperação, outros no chão, formigas devorando um paciente e goteiras- flagradas no HGE- "não são rotina no hospital".

"Reitera que as informações chegadas ao conhecimento do portal Terra estão sendo averiguadas, porque não são rotinas desta unidade", disse.

"A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da direção do Hospital Geral do Estado (HGE), vem a público esclarecer que o HGE é um hospital de referência no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar os casos de urgência e emergência, no entanto, se mantém de portas abertas para prestar assistência a todo e qualquer paciente.

No Estado apenas este hospital tem essa característica. Tendo número de leitos limitado, fatalmente ocorrerá atendimento de pacientes em macas, mas não há pacientes no chão", disse a secretaria.

"A Sesau e a direção do HGE consideram o fato como preocupante por comprometer a assistência à saúde da população, mas garantem que, em nenhum momento, pacientes deixam de ser assistidos pelos profissionais de plantão", disse a nota.

Na quarta-feira, o governador anunciou aumento de 7% aos servidores, mas condicionou o reajuste para que ele fosse aceito até o final do mês de maio. Do contrário, o valor ficaria em 5,91%- a proposta inicial do Governo, na prática, uma correção da inflação.

"O governador não conversa com os servidores e ainda coloca condições para nós. Voltamos a era da ditadura em Alagoas", disse o presidente do Sindiprev, Cícero Lourenço.

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